Tecnologia da informação como instrumento de gestão
:: Fonte: Revista Exame
Seção: Reportagem de Capa
:: 11/09/2002
:: David Cohen
As empresas fixam objetivos todos os anos, mas poucos são cumpridos. O cenário instável torna o desafio ainda maior. Veja como pôr o pé na realidade.
É justamente agora, no auge da incerteza sobre a política e a economia do país no curto e médio prazos, que a maioria das empresas brasileiras está entrando na época de seu exercício de planejamento estratégico e fixação de metas para o próximo ano fiscal. Não é exatamente a melhor hora, certo? É claro que, a essa altura do campeonato, os administradores já devem estar mais do que acostumados a elaborar objetivos. Afinal, o discurso de busca de metas já está fincado na praça há um século, a febre do benchmarking já tem suas duas décadas, e mesmo a nova mania do mercado, a ferramenta de distribuição e controle de metas do Balanced Scorecard, já existe desde o começo dos anos 90. Infelizmente, parece que, pelo menos nesse caso, o hábito não faz o monge. Se criar metas é uma atitude cada vez mais corriqueira, cumpri-las... bem, cumpri-las não tem sido exatamente uma prática religiosa. E tudo leva a crer que a situação está piorando.
É o que indica, por exemplo, um estudo da consultoria Booz-Allen & Hamilton que avaliou os motivos de demissão dos executivos-chefes nas 2 500 maiores empresas do mundo nos últimos seis anos. Em 1995, mais de 70% das saídas eram transições regulares (sucessão planejada, aposentadoria, fim do prazo do contrato). Agora, são menos de 50%. Ganharam espaço as mudanças de comando causadas por fusão de empresas ou por má atuação dos executivos. Os CEOs demitidos por desempenho insatisfatório—ou seja, nãocumprimento de metas—passaram de 16%, em 1995, para 29% em 2000 e para 26% em 2001. “A pressão por desempenho cresceu muito”, diz Ivan de Souza, sóciovice-presidente da Booz-Allen para a América Latina. Com isso, a vida útil do executivo-chefe na empresa vem diminuindo de