Tecnologia da Copa 94
A transmissão da Copa do Mundo dos Estados Unidos para o Brasil foi realizada por um pool formado pelas principais redes de televisão do país.
A TV Globo alugou dois canais de satélite e contou com quatro câmeras exclusivas. Três ficavam no nível do campo, sendo que uma delas registrava as jogadas através de uma poderosa lente de aproximação acoplada ao slow motion. Nos jogos do Brasil, a quarta câmera era posicionada junto à torcida, para mostrar os personagens folclóricos, a chegada do público ao estádio, as comemorações e as opiniões dos torcedores.
Os narradores e comentaristas também podiam ser focalizados durante suas falas nos intervalos ou mesmo durante as partidas. Uma mini câmera foi instalada em frente à bancada, podendo ser acionada pela direção da transmissão sempre que necessário. Para dar apoio ao trabalho da equipe, duas unidades móveis ficavam à disposição: a primeira ficava sediada no estádio onde o Brasil jogava e a segunda junto ao local de concentração para ajudar a editar e gerar reportagens.
Uma inovação foi o uso de um computador com touch screen, que permitia desenhar sobre a tela depois de a imagem congelada. A Globo usou também o steady cam, equipamento que permitia ao cinegrafista acompanhar um jogador, em qualquer velocidade, sem que a imagem tremesse. Além disso, o tira-teima continuou sendo usado para esclarecer as jogadas. A cobertura contou também com um helicóptero que mostrava imagens do movimento da torcida nos estádios e do deslocamento do ônibus com a seleção brasileira.
O uso de satélites permitiu tanto a transmissão de notícias dos Estados Unidos para o Brasil quanto o envio de imagens do Rio de Janeiro a Dallas, onde ficava localizado o escritório da emissora. Foi graças a esse recurso, inclusive, que o lateral esquerdo Leonardo conheceu seu filho, que nasceu durante a Copa.