Tecendo a teia
A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abêia da aranha e a minha muita gente desconhece... João do Vale, Na asa do vento
A interação tecida através das relações que estabelecemos no ato educativo é mediada pela linguagem que dá forma e estabelece a intenção pedagógica da construção do conhecimento. Seja na educação convencional ou na educação mediada pela TIC é a linguagem o meio estruturante da construção de significados, das formas de perceber, de pensar, de sentir e de agir no mundo. A integração das novas tecnologias de informação e da comunicação na educação impôs novas relações no processo de ensino–aprendizagem. A utilização do verbo “impor” aqui caminha sobre duas vertentes: a da não neutralidade da tecnologia que pode gerar exclusão e privilégios e, numa visão substantiva, a premência por mudanças na educação superando modelos dicotomizados da sociedade contemporânea que tem a comunicação como essência. Essas novas formas de interação mudaram hábitos, comportamentos, meios de trocar informações e a capacidade de usar o conhecimento.
Na tessitura dessas novas relações, a escola convencional necessita rasgar as amarras dos velhos paradigmas que se constituem em hábitos de resistência, revisitar valores e crenças e enxergar essas novas formas de linguagem como novos instrumentos simbólicos de mediação, constituídas culturalmente e com o propósito de efetivar o humanismo intelectual e não apenas como aparato tecnológico de suporte comunicacional.
Nessa perspectiva, A educação deve promover não só a modernização e sim a mudança: o valor da inclusão das novas tecnologias na educação não está no aparato tecnológico, mas na possibilidade do novo que se configura a partir do que não sabemos e intentamos buscar. Essa intenção pedagógica deve caminhar para a convergência de uma prática educativa para a qual aponta a ética: uma educação pela dignidade da vida, para a construção cotidiana e