Teatro
Teatro épico
Género teatral teorizado por Bertold Brecht que contrasta com o teatro Aristotélico da mesma forma que epopeia e drama se opõem como narração e acção.
É um teatro de cunho narrativo, que recusa a ilusão e qualquer comunhão, utilizando para isso efeitos de distanciação, de forma a preservar uma atitude crítica por parte do espectador e uma eficácia pedagógica que o drama, ao apelar à identificação e à comoção, não possui.
A título de exemplo, já em Aristóteles era atribuída a diferença de estrutura entre forma dramática e forma épica, sendo assim tratadas as leis respeitantes a estas duas formas em dois ramos distintos da estética.
Desde 1926, Brecht coloca de lado o termo «drama épico» e começa a referir-se a teatro épico, uma vez que o cunho narrativo da sua obra completa-se somente em palco. É, portanto, em 1926, que ao escrever Homem é um Homem, peça cuja temática envolve a «despersonalização do indivíduo», que Brecht encontra o verdadeiro fio condutor do teatro épico.
Entre as primeiras manifestações sobre teatro épico encontram-se as notas que acrescentou à Ópera dos Três Vinténs (1928) e a Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1928/1929).
A concepção fundamental do teatro épico encontra-se na ideia de introduzir uma narrativa que implique o «gestus» da serena e distante objectividade do narrador face ao mundo narrado, assim como a «desmistificação», a revelação de que as desgraças do homem não são eternas e sim históricas, podendo por isso ser superadas.
A forma épica é, no entender de Brecht, a única capaz de aprender processos que constituem para o dramaturgo a matéria para uma ampla concepção do mundo.
O teatro épico procura manter a separação, isto é, criar o chamado «efeito de distanciamento» entre o palco e a plateia, levando as palavras, as imagens e a música não a representarem, mas a