Teatro e pedagogia
O teatro no pensamento educacional, desde os primórdios da história da civilização ocidental, apresenta inúmeras contradições. Nos gregos do século V A. C., Platão defendia uma educação baseada no jogo e Aristóteles considerava o teatro como instrumento do conhecimento humano. A dialética do teatro, se arte ou educação, atravessa o pensamento romano. Enquanto para Horácio o teatro deveria educar e divertir, Sêneca entendia que desviava o povo da séria ocupação de aprender. A igreja inicialmente condena o teatro; porém, mais tarde, Santo Tomás de Aquino, adaptando a filosofia aristotélica à fé católica aprova as representações dramáticas. Por cinco séculos os mistérios e as moral idades proporcionaram educação cristã às massas, enquanto, contraditoriamente, os bufões e os trovadores medievais jogavam nas ruas suas comédias e canções. Por sua vez, no momento em que a aristocracia européia aplaude o teatro como rica forma de entretenimento, surge Rosseau que, seguindo os passos de Platão, propõe a utilização dos jogos numa educação pedocêntrica. Sob forte influência de Rosseau e, mais tarde do pensador americano Dewey, o jogo dramático vai ser incorporado pela educação na metade do século passado. Por outro lado, experiências de teatro livre são incorporadas pela sociedade americana. As publicações de Peter Slade e Viola Spolin tornam a atividade dramática não mais um método auxiliar para o desenvolvimento de conteúdos de outras disciplinas, mas como uma forma de arte própria da criança, com direito a um lugar no currículo. No Brasil, a questão do ensino de teatro vem logo após o descobrimento. Claro que havia, anteriormente, com os índios, rituais e danças próprias das artes cênicas, mas a dramaturgia começa com os jesuítas em 1549. Está documentada a criação de um teatro em língua latina, para conversão dos aborígenes à fé católica, pela catequese e instrução. Centrada na formação do homem moral que serve a Deus, os jesuítas implantaram a