Tb De Geo
Imigrantes haitianos são vítimas de preconceito e xenofobia no Paraná
Ministério do Trabalho investiga 13 denúncias. Patrões e colegas de trabalho são suspeitos de agredir ou demitir irregularmente imigrantes.
Os imigrantes haitianos que escolheram o Paraná para viver estão sendo vítimas de preconceito e xenofobia – que é a aversão a estrangeiros.
O Ministério do Trabalho investiga treze denúncias envolvendo patrões e colegas de trabalho, suspeitos de ofender, agredir ou demitir irregularmente esses imigrantes.
Um haitiano ouvido pela reportagem foi em busca de emprego. Conseguiu, mas já quer ir embora porque foi humilhado e agredido por um colega de trabalho: “Eles me chamam de macaco. Eu não fiz nada pra eles e continuam me chamando de macaco. Ele me deu uma banana e me bateu", diz o imigrante, que prefere não se identificar.
Por causa dos ferimentos, ficou dez dias afastado. Quando voltou ao trabalho foi demitido, sem nenhuma justificativa.
Este ano, chegaram ao Brasil quase 14,5 mil haitianos e 5 mil deles estão no Paraná.
Só em Curitiba, são 2,5 mil. Eles trabalham principalmente na construção civil. Um outro haitiano ouvido pela reportagem, que trabalhava como eletricista em uma obra, diz que durante seis meses foi hostilizado pelos colegas. “Tavam me chamando de preto, burro, me xingando também porque eu deixei o meu país e vim morar aqui, porque meu país não tem nada”, conta o imigrante.
Ele conta também que acabou sendo demitido, segundo o engenheiro da obra, por ser estrangeiro: “Ele me mandar embora porque sou haitiano. É isso que ele falou”.
O Ministério Público do Trabalho está investigando 13 denúncias de agressões físicas e psicológicas a haitianos em Curitiba motivadas por preconceito e xenofobia – que é a aversão a estrangeiros. O ministério investiga também se os direitos trabalhistas desses imigrantes estão sendo desrespeitados.
Depoimentos foram colhidos, inspeções foram feitas. E sempre que for apurada violação a