taylor
*Cláudio de Moura Castro
Fred nasceu em meados do século XIX, dentro da aristocracia da Nova Inglaterra. O pai vinha de uma família “quaker” da Pensilvânia , próspera, intelectualizada e rígida. Durante três anos viajou pela Europa, freqüentou museus e estudou matemática, francês, alemão e piano. Foi um dos melhores alunos em Philips-Exeter, a escola secundária mais elitista do país, sendo em seguida aceito em Havard.
Contudo, dores de cabeça persistentes o impediram de continuar estudando. Seu mundo aristocrático ruiu. Virou aprendiz de modelador, ajustador e ferramenteiro em uma fábrica de bombas a vapor das vizinhanças. Por cinco anos, foi operário, varrendo a oficina e sujando as mãos. Mas logo subiu na hierarquia, tornando-se capataz e depois gerente industrial.
Conhecendo intimamente o chão de fábrica, notou que não havia como cobrar resultados dos operários, pois ninguém sabia quanto podia produzir uma máquina. Com obstinação que era a sua marca registrada, resolveu aplicar os princípios científicos para o estudo das máquinas, do trabalho e da organização. Percebeu que era possível aumentar dramaticamente a produtividade analisando os tempos e movimentos de cada tarefa e reformulando as rotinas de trabalho. Suas idéias foram adotadas em todo o mundo industrial. Frederick Winslow Taylor foi considerado um dos dois americanos mais influentes de todos os tempos. Mas, como pisou em muitos calos, recebeu o troco. Foi massacrado por sindicalistas, em um depoimento ao Congresso americano. Pouco depois, morreu de desgosto.
No Brasil de hoje, virou saco de pancadas. Nos cursos de administração, muitos professores lhe torcem o nariz. O Google (em português) mostra 74000 entradas para “taylorismo e fordismo”, o slogan oficial do popular esporte de denunciar as idéias de Taylor – vistas como uma praga autoritária e desalmada.
Mas o mundo dá voltas. Faz um par de anos, perpetrei um ensaio para VEJA (“É como escovar os dentes”). De