Taxas de juros
A taxa de juro real é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de juro. Calcula-se corrigindo a taxa de juro efectiva pela taxa média da inflação durante o período de aplicação. As três taxas estão ligadas pela seguinte relação:
onde: é a taxa de juro efectiva, é a taxa de juro real, e é a taxa média da inflação verificada durante o período (normalmente expressa nas fórmulas financeiras por ).
Daqui resulta que a taxa de juro real nos é dada pela fórmula:
Alternativamente, pode obter-se uma boa aproximação prática à taxa real subtraindo, da taxa efectiva, a taxa da inflação:
Quanto menores forem ambas, menor será o erro.
Exemplo
Por exemplo, uma taxa de juro efectiva de 3% num período em que se regista uma taxa média de inflação de 2%, resulta numa taxa de juro real de:
ou seja, 0,98%. Adoptando a aproximação prática, teriamos:
ou seja, 1%.
Significado
O rendimento de uma aplicação cresce à sua taxa efectiva. Ao mesmo tempo, o poder de compra desse rendimento decresce, porque os preços aumentam, em média, à taxa da inflação.
Se for colocado dinheiro a prazo a uma taxa anual efectiva líquida (TAEL) de 3% e, durante esse período, for registada uma taxa média de inflação de 3%, no final da aplicação só se poderá comprar o mesmo que se compraria no início da aplicação. Por outras palavras, a taxa de juro real é 0%, nula, porque o que foi ganho em juros desvalorizou-se em igual montante.
Se a taxa da inflação for superior a 3%, em termos reais está a perder-se dinheiro. Por exemplo, para uma taxa de inflação de 3,5% está a perder-se por ano aproximadamente 0,5% em termos reais. Esta situação verificou-se em Portugal durante vários anos a partir de 2000, uma vez que, em média, as taxas de juro passivas praticadas pelos bancos foram inferiores à inflação.