Tatsuo Stefania
Um dos primeiros marcos da civilização é a prática de conceder asilo às pessoas que fogem de perseguições em terras estrangeiras. À essas pessoas dá-se o nome de refugiados. Tal prática tem sido cada vez mais recorrente nos últimos tempos. Segundo o relatório divulgado pela ACNUR, em 2013 o número de refugiados espalhados pelo mundo chegou à 50 milhões, sendo esse o maior número registrado desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo Antônio Guterres, alto comissário do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), "Isso demonstra que a paz está seriamente em déficit (...) Assistimos a uma multiplicação de novas crises (...). Ao mesmo tempo, antigas crises parecem nunca acabar e os problemas continuam em vários lugares do mundo". (ACNUR, 2013) O relatório também indica que os países em desenvolvimento abrigam cerca de 80% dos refugiados do mundo. Esses países são Paquistão, Irã, Líbano, Jordânia e Turquia, que recebem pessoas originárias principalmente do Afeganistão, Síria e Somália. Os motivos pelos quais as pessoas se tornam refugiadas em terras estrangeiras são vários, dentre eles, perseguições relacionadas à raça, religião, nacionalidade, grupo social, opinião política, por desastres naturais e por motivo de guerras em seus países de origem. (ACNUR, 2013) No Brasil, a situação em relação aos refugiados não é diferente do restante do mundo. De acordo com as estatísticas do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), o Brasil abriga 4.401 refugiados de 77 nacionalidades diferentes. Deste total, 3.971 foram reconhecidos pelas vias tradicionais de elegibilidade e outros 430 foram reconhecidos pelo Programa de Reassentamento Solidário. O continente africano é a principal origem destes refugiados, respondendo por 64,17% do total. Em seguida vem a região das Américas (22,9%), a Ásia (10,61%) e a Europa (2,21%). O Brasil ainda possui cinco apátridas reconhecidos como refugiados. Por nacionalidade,