Tarcila do amaral
O Operário de Tarsila do Amaral
Alvinópolis
2011
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O Operário de Tarsila do Amaral
Alvinópolis
2011
Introdução
A partir do começo do século XX era perceptível uma inquietação por parte de artistas e intelectuais em relação ao academicismo que imperava no cenário artístico. Vários artistas passavam temporadas em Paris, e traziam as informações dos movimentos de vanguarda que efervesciam na Europa. Por isso essas novidades chegaram ao Brasil. As primeiras exposições expressionistas que passaram pelo Brasil, a de Lasar Segall em 1913 e, um ano depois a de Anita Malfatti, despertaram algumas atenções, mas somente em 1917, com a segunda exposição de Malfatti, ou mais ainda com a crítica que esta recebeu de Monteiro Lobato, que ocorreu uma polarização das idéias renovadoras. Através do empresário Paulo Prado e de Di Cavalcanti, o verdadeiro articulador, que imaginou uma semana de escândalos, organiza-se um evento que pregou a renovação da arte e a temática nativista. Tomam parte pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais. Durante três dias, entre 13 e 17 de fevereiro, o Teatro Municipal de São Paulo foi tomado por sessões literárias e musicais no auditório, além da exposição de artes plásticas no saguão. As manifestações causaram impacto e foram muito mal recebidas pela platéia formada pela elite paulista, o que na verdade contribuiu para abrir o debate e a difusão das novas idéias em âmbito nacional.
Pode-se, assim, dizer que essa proposta, intitulado modernista, era de uma ruptura estética quase completa com o engrossamento da arte encontrado nas escolas anteriores e de uma ampliação dos horizontes dessa arte antes delimitada pelos padrões acadêmicos. Como manifestações desse desejo, que ao mesmo tempo respeitavam obras da tradição literária, temos o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o livro Macunaíma, o retrato de brasileiros através das influências cubistas de Tarsila