Tabela SUS
A história da saúde pública no Brasil se confunde com a própria história do país. E, de certo modo, isso perpassa pela própria brutalidade que a colonização portuguesa foi imposta: desde o abandono social do homem branco livre e pobre ao genocídio dos bandeirantes às civilizações indígenas, passando pelo próprio período de escravidão do negro de origem africana que trabalhava em péssimas condições de salubridade e ficava condicionado em senzalas, sem nenhum acesso à hábito de higiene e, muitas vezes, na base da tortura. Se formos ainda mais longe, os próprios vilarejos e cidades do Brasil nasceram sem nenhuma condição de saneamento básico, despejando lixo e esgoto nos rios – o que é uma herança social e cultural que traz reflexos para a saúde até hoje. Muito por conta desta ausência de preocupação com o meio ambiente e com as questões sanitárias que o Brasil viveu um período de endemias rurais e urbanas, principalmente no século XVIII e XIX. E a necessidade de uma política de saúde começa a ganhar forma quando o “estado de doença” começa a atrapalhar os negócios da elite social dominante. A preocupação sanitária era mínima nos portos e nas ocupações urbanas, para não dizer inexistente. E isso acabou por afetar a economia naquela época. Para se ter uma ideia, logo no período da colonização europeia, a preocupação com a saúde se dava pela procura de boticários, curandeiros e a filantropia de Casas de Saúde ligadas aos Militares ou a Igreja Católica. Quem não tinha dinheiro para pagar, não tinha assistência. Foi só a partir do século XIX, com a chegada da Família Real no Brasil, é que houve o fortalecimento da medicina como necessidade de personalizar o profissional da saúde perante a sociedade. E isso se deve, sobretudo, a criação das primeiras escolas de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. E, por causa disso, começam-se as primeiras