Sócrates
O livro V começa com Sócrates reconhecendo a questão do fim do livro IV como supérflua, isto é, que não vale a pena viver quando se tem corrompida a parte da alma que busca a justiça e a virtude. Assim, a discussão se foca sobre as diferentes cinco formas de governo, que correspondem a cinco tipos da alma humana também. No entanto, Polemarco cochicha para Adimanto se iriam deixar Sócrates desviar-se do assunto sobre a comunhão das mulheres, ao casamento e à procriação, que, o que é muito importante, Sócrates julga de menor importância, mas não seus interlocutores. Isto, pois o filósofo julgava se tratar de assuntos muito polêmicos, mas depois de muita insistência, cedeu com cautela para não se expor ao ridículo. Ao discorrer sobre as mulheres, Sócrates as compara a cães de guarda, pois elas também deveriam ser vigilantes, mesmo sendo mais fracas que os homens. Ora, aqui é a primeira fonte de embaraço, pois se a mulher deve proteger como o guardião, esta deve ter a mesma educação que ele. Ou seja, ela será educada tanto na música, ginástica quanto na arte da guerra. E treinará a ginástica nua assim como os homens, o que causa uma comoção entre os interlocutores. A questão retorna à justiça dada no livro anterior no ponto em que todos devem se limitar aonde lhes competem as coisas, assim como no exemplo dos metais e no exemplo deste livro de à mulher compete dar à a luz e ao homem, procriar, isto é, no exercício de profissões, deve-se levar em conta os dotes naturais, no caso de tecelagem e culinária para as mulheres. [Entretanto] não há um modo de vida ou atividade dos administradores de um Estado que diga respeito a uma mulher porque ela é uma mulher ou a um homem porque ele é um homem, mas sim as várias capacidades naturais estão distribuídas da mesma forma entre esses dois seres vivos. As mulheres partilham, por natureza, de todos os modos de vida tal como os homens, porém, em todos, as mulheres sã