Síntese do Filme "Pro dia nascer feliz"

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPTO DE SOCIOLOGIA E CIÊNCIA POLÍTICA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
UFSC, 1/5/2013

Síntese do Filme: “Pro dia nascer feliz”

Diretor: João Jardim
Produtora: Tambellini Filmes
Patrocínio: Petrobras
Data - Duração: 5/5/2007 - 88’20”

“As vezes eu acho que é um pouco violento; esse jeito como... sei lá, como se vive no mundo; e as vezes as pessoas tem realmente que deixar de lado aquilo que elas acreditam pra se conservar vivas”.
Com este impactante relato1, narrado “em off” por uma voz que aparenta ser de uma jovem adolescente, se inicia o documentário “Pro dia nascer feliz”.
Bourdieu nos ensina que o Estado tem o monopólio da violência física e a escola o monopólio da violência simbólica. Esta frase da jovem parece deixar claro que a violência simbólica da escola se faz eficaz em reproduzir e manter o estado das coisas (o jovem que desiste de suas ideias “para se manter vivo” não pode ir contra o status quo).
Em suma, neste documentário o diretor João Jardim2 aborda temas (RODRIGUES, 2007) que vão desde de a educação que oprime (ou emancipa) de Marx e socializa (Durkheim) até a ação social de Weber (uma reeducanda “menor de idade” alegou que matou a colega no corredor da escola “pra todo mundo ver”).
Logo de início o filme inclui um trecho de um documentário de 1962 divulgando e reforçando a “crença na capacidade transformadora da educação” (LOUREIRO, 2009):
“Alguém já ensinou a este jovem que os seus problemas não se resolvem desta maneira [cometendo furtos]? Alguém lhe deu uma escola? Uma oportunidade? Um futuro?”

“Se para votar bem é necessário favorecer a educação, o problema no Brasil (sic) é alterar para melhor este panorama sombrio: de quatorze milhões de brasileiros em idade escolar, apenas a metade chega a frequentar aulas e aprender a ler”.
Em seguida João Jardim apresenta um quadro em que a democratização do acesso à educação (fundamental, ao menos)