Síndrome do intestino curto
Segundo KLISH e PUTNAM (1981, apud NONINO, 2001), a retirada de uma ou mais porções do intestino delgado resulta em processos carenciais de maior ou menor gravidade, dependendo da extensão e do tempo de duração da doença, sendo a Síndrome do Intestino Curto responsável pelos quadros mais sérios e graves.
Ainda segundo NONINO, a desnutrição secundária a estas situações clínicas é um dos fatores determinantes da má evolução clínica, incluindo aumento da morbidade e mortalidade (Ryan et al., 1986). Portanto, a gravidade da desnutrição e das complicações metabólicas dependem de fatores como o comprimento do intestino remanescente, ressecção da válvula íleo-cecal e/ou cólon, tempo decorrente da ressecção, presença de outras doenças sistêmicas, e idade do paciente.
As conseqüências nutricionais após a ressecção dependem não só do comprimento, mas também das condições funcionais do intestino remanescente (Williamson, 1978; Marchini et al., 1994). Após ressecções maciças do intestino delgado, a parte preservada sofre, com o tempo, mudanças adaptativas, tais como espessamento da parede, dilatação e diminuição da motilidade (Wright & Tilson, 1971) que resultam em progressiva melhora da diarréia, da esteatorréia e da má absorção (Weser, 1971). Essas mudanças morfológicas e fisiológicas resultam em aumento no tempo do trânsito intestinal e conseqüente melhora na absorção dos nutrientes (Gouttebel et al.,1989).
Tais adaptações transcorrem em três períodos distintos no pós-operatório (Tilson, 1980). No primeiro com até 3