São Luis do Paraitinga no Ciclo do Café
A capitania de São Paulo passou por significativas transformações no século XIX, caracterizadas principalmente pelo ciclo do café. Em 1821, quando se iniciou o processo de Independência do Brasil, a capitania se tornou província.
A instalação da Corte Real portuguesa na cidade do Rio de Janeiro, em 1808, estimulou a produção de alimentos na capitania paulista, em especial no Vale do Paraíba, levando a região a ter uma cultura de produção agrícola excedente, permitindo maior acúmulo de capitais pelos proprietários com mais terras.
Em 1817 foi fundada a primeira fazenda cafeeira da região. Após a Independência, o cultivo de café na região ganhou forças e as cidades se enriqueceram rapidamente – o Vale do Paraíba foi a região mais importante no ciclo do café.
São Luiz do Paraitinga surgiu das paradas para descanso que os tropeiros faziam às margens do Rio Paraitinga. Graças à localização do Rio o escoamento da produção buscava diretamente o Atlântico, descendo a encosta da serra, que subia de Ubatuba a São Luiz, que serviu de primeiro acampamento aos tropeiros que demandavam o mar.
Apesar da contribuição do café para o crescimento da região, a produção agrícola de São Luiz se concentrou em uma cultura de alimentos diversificados para abastecimento do mercado e distribuição em cidades da região, visto que grandes partes delas estavam tomadas pelas plantações de café. A economia diferenciada luizense permitiu que, com os anos, a nobreza no município construísse sobrados, casarões senhoriais e igrejas, que posteriormente foram tombados e considerados o maior núcleo arquitetônico antigo do Estado de São Paulo.
Na região, a rota costumeira percorrida pelas tropas que transportavam o produto de Taubaté a Ubatuba, que passava por São Luiz do Paraitinga, tornou-se desimportante para esse propósito após a abertura da estrada de ferro D. Pedro II no Vale do Paraíba, em 1877, que dispensou as longas e demoradas viagens com