Sustentabilidade
Não há como falar de sustentabilidade sem pensar no aspecto financeiro. Inclusive é o primeiro aspecto que costuma ser levado em conta. Muitas vezes é o único. Independente da forma como a sustentabilidade é encarada pelas empresas, há uma movimentação feita há algum tempo por parte das instituições financeiras exigindo retornos sustentáveis para a concessão de crédito e impondo ao mercado um novo modelo de desenvolvimento.
Uma das principais iniciativas é um documento chamado Princípios do Equador, de 2003. Assinado inicialmente por 10 bancos globais, três anos depois já contava com mais de 40 signatários e passava por sua pri meira revisão. Ao assinar os Princípios do Equador, os bancos se comprometem, dentro dos critérios acordados, a analisar e gerir riscos socioambientais de projetos financiados e apenas conceder crédito aos clientes que assumirem contrapartidas de responsabilidade social e meio ambiente.
Um dos principais líderes dos Princípios do Equador na América Latina é o Itaú, que se tornou signatário em 2006. E um adendo que torna o documento ainda mais interessante no Brasil, é que por conta da nossa legislação ambiental, as instituições financeiras podem ser co-responsabilizadas por eventuais danos socioambientais que projetos suportados por elas possam causar. Além disso, diversas ONGs perceberam que, por muitas vezes, é mais eficiente pressionar os bancos financiadores do que a própria indústria que capta os recursos para os projetos.
Outra iniciativa do mercado financeiro são os fundos de ações de empresas referência em sustentabilidade. O primeiro fundo da America Latina foi o Ethical, do Banco Real. Criado em 2001, o fundo apresentou de novembro de 2001 a maio de 2008 uma rentabilidade acumulada de 578,2%, contra 490,6% da valorização do índice Bovespa. Hoje há fundos do mesmo tipo em outras instituições, como Bradesco e o Banco Itaú, sendo este um dos mais rentáveis do país.
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