Sustentabilidade
INTRODUÇÃO À RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADADAS
Professor Francisco W. von Hartenthal
Biólogo - CRBio 83090/07-D
CONTEXTUALIZAÇÃO
Todos os seres vivos necessitam de recursos naturais para sobreviver e os exploram da maneira mais vantajosa para si. Ao fazerem isso, suas populações tendem a crescer e, consequentemente, os impactos causados por essa exploração crescem juntos. Assim, podemos afirmar que qualquer espécie que atinja sucesso1 em determinado local modifica o ambiente à sua volta. Exemplos não faltam: a explosão populacional de bactérias fotossintetizantes há cerca de 2,5 bilhões de anos, que criou uma atmosfera rica em oxigênio na Terra; a invasão de animais e plantas da América do Norte, por volta de três milhões de anos, que extinguiu parte da fauna e flora da
América do Sul; e os diferentes tipos de insetos que encontramos em áreas com diferentes plantações agrícolas, mesmo quando essas plantações estão bem próximas umas das outras.
Esses são exemplos, colhidos ao acaso, de como o sucesso reprodutivo de uma (ou algumas) espécie(s) pode facilitar ou dificultar a existência de outras espécies em um local, ou até modificar as condições abióticas do ambiente. Com o ser humano não haveria de ser diferente. Desde o início da existência da nossa espécie nós alteramos o meio onde vivemos, a degradação ambiental não é novidade na História das sociedades humanas.
Isso não seria um problema, pois é o que acontece com todas as espécies. Ocorre que, ao nos últimos três séculos, nós adicionamos dois ingredientes inéditos e explosivos: a extensão global de nossa degradação ambiental e o tempo extremamente curto (em termos geológicos) no qual a realizamos. Somados, esses dois fatores fazem com que o tipo de degradação que deixamos para trás possa ser prejudicial para nós mesmos. Precisamos aprender a lidar com esse problema e, para isso, é preciso compreender quais as suas causas.
Pois bem, são três as principais causas da