Introdução Para muitas pessoas, mesmo no presente, o “desenvolvimento” é mais sinônimo de “crescimento econômico”. No entanto, o “desenvolvimento” tem obrigatoriamente de integrar outras perspectivas – tais com o bem estar-estar social e qualidade ambiental – sob o risco de se esgotar o capital planetário que permite a prosperidade econômica. No limite, se destruírem os recursos naturais de que dependemos, o crescimento econômico deixa de existir. Por exemplo, sem petróleo, carvão, gás natural, entre outros, a sociedade não sabe garantir a energia para a sua atividade econômica; sem solo fértil e agua limpa não é possível produzir alimentos e recursos florestais essenciais à sobrevivência, ou seja, cuidar do meio ambiente significa pôr em causa não apenas a prosperidade econômica, mas também a sobrevivência da espécie humana, ou pelo menos, da sociedade desenvolvida tal como a conhecemos. Oficialmente, o conceito "desenvolvimento sustentável" ou "sustentabilidade" foi apresentado pela primeira vez na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1979. Foi assumido pelos governos e pelos organismos militares a partir de 1987 quando, depois de quase mil dias de reuniões de especialistas convocados pela ONU sob a coordenação da primeira Ministra da Noruega Gro Brundland, se publicou o documento Nosso Futuro Comum. É lá que aparece a definição tornada clássica: “sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Segundo Leonardo Boff (teólogo, escritor e professor universitário), na verdade, o conceito possui uma pré-história de quase três séculos. Ele surgiu da percepção da escassez de recursos. As potências coloniais e industriais europeias desflorestaram vastamente seus territórios para alimentar com lenha a incipiente produção industrial e a construção de seus navios, com os quais transportavam mercadorias e submetiam militarmente