Sustentabilidade
Antes de iniciarmos o primeiro editorial de 2010, gostaríamos de desejar a todos um ano repleto de realizações e, como químicos, que este ano seja de novas reações mais eficientes e limpas, novos produtos naturais bioativos, novas teorias e descobertas importantes. Imaginamos que a maioria dos nossos colegas esteja familiarizada com o termo sustentável. Porém, as notícias divulgadas em jornais, televisão e na internet são confusas e criaram tantas dúvidas sobre o assunto que é bom revisitá-lo. Em muitos Editoriais da Química Nova já foram abordados diversos pontos específicos deste assunto, mas nenhum foi exclusivamente dedicado ao assunto.
A percepção da maioria das pessoas é que a sustentabilidade está relacionada apenas às emissões de gases para a atmosfera como, por exemplo, o gás carbônico, e que este é o único risco a que o planeta está exposto. Isto é um equívoco. Em realidade este é o principal problema, mas não é o único. Foi exatamente esta discussão que ocorreu em meados de dezembro de 2009 em
Copenhague (COP-15) que terminou de forma decepcionante, pois os países mais desenvolvidos se eximiram de compromissos pelas emissões de gases durante muitos anos, o que aumentou o efeito estufa, e tentaram jogar muitas das suas responsabilidades para os países em desenvolvimento. Com certeza este será o tema dominante tanto durante este ano como nos próximos.
Em primeiro lugar, é bom esclarecer que desenvolvimento sustentável não se restringe apenas a uma ação, como reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa. Se realizarmos apenas ações no sentido de reduzir as emissões dos gases estufa, tememos que o planeta seja alterado de tal forma que, possivelmente, muitas espécies como as conhecemos agora deixarão de existir.
O termo desenvolvimento sustentável abriga um conjunto de paradigmas para o uso dos recursos que visam atender as necessidades humanas. Este termo foi cunhado em 1987 no