Surgimento do Movimento Estudantil no Brasil
A luta pela ética na política e pelos direitos dos cidadãos já fez milhares de estudantes saírem das salas de aula e invadirem as ruas desse país. Os movimentos estudantis existem no Brasil desde a época da escravidão, mas foi só a partir da criação da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 13 de agosto de 1937, que esses jovens começaram realmente a lutar pela democracia e pela justiça social no Brasil.
Desde então, a UNE participou de diversos movimentos importantes como a manifestação contra o regime nazi-fascista que se instaurou no país com o Estado Novo. Também exigiu uma posição do Brasil contra o Eixo durante a Segunda Guerra Mundial e lutou pelo fim da ditadura Vargas.
Em 1947 a UNE aderiu à campanha O Petróleo é Nosso e nos anos 60, somada às representações estaduais de estudantes universitários, se posicionou ao lado dos movimentos populares.
Querendo mudanças, os movimentos estudantis criam os Centros Populares de Cultura e levam as discussões dos problemas sociais brasileiros a diversas regiões do país através do teatro, do cinema e da música.
A União Nacional dos Estudantes ficou ao lado do presidente João Goulart na greve geral de 1962 e lutou pela reforma educacional. Mesmo com a Ditadura Militar instaurada em 1964, os estudantes continuam, na ilegalidade, reivindicando por uma sociedade mais justa e igualitária.
A decretação do Ato Institucional Número 5 (AI-5) fez calar os movimentos estudantis até o final dos anos 70, quando os jovens voltaram às ruas para lutar pela anistia e pela instauração do regime democrático.
Em 1985 a UNE retorna à legalidade e os grêmios e centros estudantis ressurgem. Mas o último e maior movimento estudantil do país foi a Manifestação dos Caras Pintadas, ocorrida no ano de 1992. Nesse ato, os estudantes manifestaram-se a favor do impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello, pintaram o rosto e se posicionaram contra a corrupção na política.