surgimento do huambo
Não deixa de ser interessante transcrever aqui uma lenda, nos termos da qual o Huambo teria sido o berço da Humanidade.
No extremo meridional da Província, junto à confluência do Cunhungâmua com o Cunene, pusera Deus, um dia, o primeiro homem, que se chamou Féti – Principio.
Vivia ele, entretanto, aborrecido e triste, único ente racional perdido na imensa Natureza.
Mas, em dada altura, foi sua atenção despertada por suave melodia que se elevava do grande rio. Aproximou-se. E, com enorme espanto e justificada alegria, viu surgir das águas um ser semelhante a ele. Louco de contentamento, logo apaixonado, arrebatou consigo a misteriosa aparição, a quem deu o nome de Tchoia – Enfeite, Perfeição.
Tempos depois, brindou-os o Senhor com um filho Galangue; mais tarde, uma filha-Vihe (Bié). Daquele descenderiam os Povos do Huambo, Sambo e Cuima.
A História
Passemos, porém, à história, na tradição baseada, e por isso mesmo não totalmente isenta de influências lendárias.
O território correspondente à província do Huambo é habitado por três grupos étnicos muito fracamente diferenciados: os huambos, bailundos e sambos; havendo ainda a anotar pequenas manchas de ganguelas e quiocos, sem interesse demográfico.
Aqueles se integram na tribo dos bundos, ramificação dos bantos que em época remota abandonaram o vale do Nilo, dirigindo-se para o sul e ocupando progressivamente quase toda a África aquém – Sáara.
Torna-se bastante difícil determinar os termos em que se verificou a fixação destes povos em terras do Huambo. Neste ponto, anda a história misturada com a lenda, e qualquer destrinça se apresenta quase impossível Mas é incontestável que desceram do Norte, após incerto período de permanência nas vizinhanças do Kuanza.
A Rainha Jinga, sustentara prolongada luta contra os portugueses, colaborando, por interesse próprio e na medida de suas conveniências, com os holandeses, então senhores de Luanda. Expulsos estes por Salvador Correia, e submetida a célebre heroína