suicidio

Dei um passo à frente e fui barrada. Havia uma tela transparente que me deixava presa aquele quarto. Gritei, mas só ouvia-se o meu eco. Olhei ao outro lado e me vi sentada na cama cabisbaixa. Mas como? Eu estava em pé incapacitada de prosseguir, não poderia estar sentada. Paro, suspiro e penso. Não pode ser!!! Mas é a única explicação para isso. Eu estava dentro do espelho de meu quarto. Comecei a observar com mais detalhes. Uma lágrima escorria em meu rosto. Perguntei-me, porque será? E ouvira mais uma vez a minha voz, mas dessa vez era da minha imagem á frente. Fiquei escutando o seguinte:
- Não agüento mais a minha vida! Cansei de me esconder atrás de sorrisos. Sinto-me tão só, e ninguém é capaz de me entender...
Queria poder dizer algo, mas o silêncio calaria minha voz, e observei mais a fundo e refletido em minha mão havia caixas de remédio. Para qual uso beberia aquela quantidade? Senti meu corpo estremecer, não poderia ter chegado aquele ponto. Suicídio, claro a única maneira que acabaria com o meu sofrimento no meu ponto de vista refletido. Mas seria um ato egoísta. Será que não percebera isso?! Nunca entendera a razão que as pessoas que cometeram suicídio tinham, e naquele momento eu acabaria como eles. Depressão, compulsão era o que tinha e era o suficiente para pensar em tal bobagem. Comecei á me lembrar dos momentos agradáveis, e de repente tudo pareceu sumir. O vidro estava embaçado e não pude ver o que estava acontecendo. Como um passe de mágica saíra daquele lugar e me encontrava sentada na cama, igual à imagem que acabara de ver. Ali estava uma chance de fazer tudo diferente, enfrentar os sofrimentos de igual para igual e deixar que a vida me leve à morte. Sentira-me tão só, mas pude reconhecer que existem pessoas que me amam, e que sofreriam com minha perda.

Mesmo quando tudo parece não ter solução, no fundo ainda existe uma luz!