Sublime nas Paisagens
É intrínseca das belas artes a abordagem do sublime nas paisagens, e, portanto, no paisagismo. O ato de criar e retratar ambientes de estética sublime emergiu das próprias soluções apresentadas pelo conceito, que em certos momentos se distancia ou se aproxima do pitoresco, quando um artista representa o pitoresco de forma a evocar uma sensação de sublime. A distinção do sublime sobre o pitoresco, apresentada por Burke, reflete de imediato as características da paisagem sublime, onde se manifesta um ambiente de características extraordinárias, primitivas e selvagens, com densa vegetação, que contrastam com o sentimento do homem civilizado, diminuto diante de um ambiente fundamentalmente natural, grandioso, volumoso e violento. E é com o intuito de representar um ambiente sublime que as paisagens se apresentam tanto na pintura como na arquitetura. As principais características exploradas nas paisagens sublimes se dão pela inserção de elementos estéticos que recriam uma natureza primitiva e incontrolável, imensa em comparação a pequenez do homem, como bosques (grande densidade de árvores), riachos e lagos que caracterizam pântanos, como complexos de charcos. Em relação à arquitetura, a busca por uma paisagem natural e selvagem nas propriedades se dá também pela presença de ruínas arquitetônicas, ora já devastadas pela própria natureza e com o passar do tempo, ora construídas e danificadas para estabelecerem um próprio aspecto de sublime. Essas características são determinantes de um paisagismo com princípios sublimes.
Constable é reconhecidamente um pintor romântico ligado à estética do pitoresco, porém, certas vezes flerta com o sublime, principalmente em suas paisagens cujo céu é o grande protagonista. Na pintura Hadleigh Castle, Constable representa uma ruína de um castelo, abandonada no meio de uma vastidão, próximo ao mar. O quadro contrasta bastante com uma outra idéia de paisagem sublime, expressa em Helmingham Dell, onde