Stuart Mill
Nascido em 1806 na Inglaterra e falecido em 1873, Mill escreveu sobre diversos assuntos. Destacam-se em sua obra política “Sobre a liberdade” (1859), “Utilitarismo” (1861) “Sobre a sujeição das mulheres” (1869) e “Considerações sobre o governo representativo” (1861). Sua obra foi escrita durante a chamada Era Vitoriana, período do reinado da Rainha Vitória (1837-1901) marcados pela prosperidade econômica, pela expansão do Império Britânico, pela paz e pelo fortalecimento da Revolução Industrial, que estabeleceu uma forte, grande e educada classe média. A política inglesa estava marcada fortemente por mudanças de cunho liberal (HOBSBAWN, 1996), classe político-filosófica onde Mill estava inserido. A paz britânica contrastava com a política no Continente, marcada pela Revolução Francesa, pelo período Napoleônico e pelas Revoluções de 1830 (HOBSBAWN, 2006).
Mill, além de liberal, foi um filósofo utilitarista. O utilitarismo foi uma escola filosófica fundada pelo amigo do pai de Stuart Mill e também seu padrinho, Jeremy Bentham. Seu princípio básico postula que o ser humano foge da dor e se aproxima do prazer. Na esfera política o utilitarismo defendia que os ditames éticos e as leis seguissem essa natureza humana (BRITO, 2012).
Para orientar essa busca Bentham oferece um cálculo para a felicidade, o cálculo felitício, que permitia saber o quanto a felicidade superava a infelicidade numa instituição ou situação. Para Mill a sociedade é um composto de artificialidades onde o sujeito navega e interage de acordo com seus interesses num cálculo de utilidade. Isso indica a acepção de que para o autor o individual produz o social e não o contrário, sendo a ação humana algo que possui valor em si mesmo (BRITO, 2012).
Conforme Bobbio (2005) Mill é considerado não somente um liberal, mas também um democrata, pois afirmava que a democracia era um desenvolvimento natural e consequente dos princípios liberais. O filósofo inglês vê