Staphylococcus Aureus: portadores entre manipuladores de alimentos
MANIPULADORES DE ALIMENTOS*
Maria Stella Gonçalves Raddi**
Clarice Queico Fujimura Leite* **
Clara Peckmann Mendonça**
RADDI, M. S. G. et al. Staphylococcus aureus: portadores entre manipuladores de alimentos. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 22:36-40, 1988.
RESUMO: Foram colhidas amostras de mãos e fossas nasais de 48 manipuladores de alimentos das principais casas comerciais da cidade de Araraquara, Estado de São Paulo
(Brasil), e de 20 estudantes universitários. Dentre os indivíduos foram encontrados 44,1% e 34,8% que portavam Staphylococcus aureus em fossas nasais e mãos, respectivamente.
Observou-se predomínio de fagotipos dos grupos I e III. Dos 12 portadores do microrganismo, concomitantemente em mãos e fossas nasais, 75,0% apresentaram cepas com vínculo epidemiológico. Os achados mostram o risco potencial representado pelas mãos nas intoxicações alimentares.
UNITERMOS: Staphylococcus aureus, isolamento. Manipulação de alimentos. Portador. Intoxicação alimentar estafilocócica.
INTRODUÇÃO
Estudos de portadores de Staphylococcus aureus, com finalidade epidemiológica, vêm sendo realizados na tentativa de se estabelecer uma possível ligação entre S. aureus por eles albergados, sua disseminação e perpetuação de cepas resistentes que se propagariam no ambiente familiar ou de trabalho.
Surtos de intoxicação alimentar são freqüentemente relatados e os causados por Staphylococcus aureus são os mais comuns, pois havendo no alimento condições favoráveis à sua multiplicação, em poucas horas, certas cepas produzem uma toxina termoestável que é responsável pelo quadro clínico14. Os sintomas, que aparecem dentro de 1-6 horas após a ingestão do alimento, são caracterizados por náusea, vômito, espasmo abdominal e diarréia.
Em casos severos, muco e sangue são observados no vômito e nas fezes. A intoxicação estafilocócica pode ser fatal para recém-nascidos e pessoas idosas.
As fossas nasais têm sido