Sou Geóva
A corrupção desportiva em Portugal deixou de ser vista como algo que pode ser combatido, e tem-se acentuado cada vez mais como um meio fácil para alcançar objectivos sem qualquer intervenção da justiça. Hoje em dia se perguntarmos a um português se a corrupção pode ser combatida, provavelmente a resposta que obtemos é um sorriso, mas não um sorriso qualquer, é um sorriso de quem contempla um ser inferior, ingénuo, que não tem uma noção concreta da realidade. Mas seremos nós, todos aqueles que acreditam na justiça, ingénuos? Na minha opinião, não.
O desporto em Portugal exerce uma enorme influência na população. Seria de esperar que qualquer acto que prejudicasse o desporto fosse devidamente condenado. Infelizmente isso não acontece. Muito pelo contrário, estes actos são na maior parte das vezes vistos como “casos” que não passam da especulação e que não são devidamente trabalhados. E de quem é a culpa afinal? Na minha opinião, os verdadeiros culpados da falta de combate à corrupção desportiva são todas as pessoas que pertencem à sociedade portuguesa.
Vivemos numa sociedade decadente, que se conformou em todos os modos, e, portanto, a própria palavra “combater” provoca um sentimento de desconforto. Mas porquê desconforto? De tantas outras palavras, porquê a palavra desconforto? A realidade é que, quando nos encontramos de tal modo conformados, como é o caso do povo português, sentimos que não temos força nem vontade para mudar. Qualquer palavra que se relacione com alteração, como é o caso da palavra combater, transporta consigo mau estar. Esta situação de permanente conformismo precisa de ser invertida, pois a atitude da população portuguesa recai directamente no combate à corrupção. Num país onde dirigentes políticos, juízes e presidentes de várias instituições estão envolvidos em “projectos ocultos” é normal pensar que não existe solução. Eles são os representantes