Sou bravo, sou forte, sou filho da morte
“Sou bravo, sou forte, sou filho da morte”.
Literatura;
Victor Faccio Malumbres
São Paulo
23 – Abril
Introdução
Se o ponto de partida for o texto como um todo orgânico ou sistema de relações internas, cabe entender o texto poético como um sistema de signos postos em relação intencional pelo autor e para que haja a produção dos sentidos que movimentam a rede simbólica que o informa, é necessário a interferência de um leitor, tendo em vista que a obra poética de um autor é dotada de propriedades estruturais que permitem e coordenam a evolução das interpretações. É através do registro mítico (do imaginário) que uma sociedade se expressa, autodiscute e se revela; e a atitude transversal consiste, justamente, em interpretar essa mitologia do sistema literário, por meio da observação que se concentra no processo e não no estado. A reflexão ocidental sempre teve duas atitudes frente ao mito (representação simbólica): a exaltação do conteúdo como a possibilidade de afirmação e explicação do real e por outro lado, a atitude de ressignificação do mito (CYNTRÃO, 2004). Cabe ao crítico literário e ao leitor (interlocutor interativo, na tentativa de compreensão das relações mediadas entre o autor, o pensamento, a linguagem com o mundo) decifrar os códigos postos em relação no momento da criação do texto poético e as potencialidades contidas no mesmo, localizando-se no seu interior e acompanhando sua dinâmica interna. Tal atitude deverá ser guiada pela compreensão das camadas da estética investigada e tendo consciência de estar lidando com a palavra, quem lê terá a possibilidade de vislumbrar um novo dado indicador das mudanças e evoluções do ser humano. Com base nos caminhos poéticos para compreensão da poesia de CYNTRÃO (2004) e focalizando no poema, deve-se analisá-lo buscando usar a racionalidade como guia, mas em alerta contra a possível restrição às primeiras respostas de uma leitura inicial, identificando as estruturas sociológicas e