Soneto

Soneto, um elemento do Arcadismo
Soneto é um gênero lírico de origem italiana que teve origem no século XIII. Este gênero está muito presente no arcadismo, pois é através dele que os poetas árcades podem retomar os modelos clássicos da poesia da antiguidade clássica. Conforme a poesia clássica, os textos devem ter preocupação com a forma estrutural da escrita, tendo assim métrica, ritmo esquemas de rimas e regularidade na distribuição das estrofes.
No arcadismo, o fato de os autores usarem uma linguagem com uma sintaxe mais simples e palavras mais conhecidas do público não os impede de escrever seus poemas obedecendo rigorosamente os modelos clássicos de versificação. Para usufruir esses modelos de versificação, muitos autores árcades como Cláudio Manoel da Costa escreveram sonetos além de outros gêneros literários.
Existem vários tipos de sonetos, mas a maioria deles é pouco usada pelos poetas em geral. Portanto, vamos nos atentar ao soneto mais famoso de todos e o mais usado pelos poetas árcades: o soneto italiano (ou petrarquiano), criado pelo poeta Italiano Francesco Petrarca.
Uma coisa que todos os sonetos têm em comum é que eles devem ter quatorze versos divididos em estrofes. O soneto italiano, além disso, possui, como particularidade, seus quatorze versos divididos em dois quartetos e dois tercetos, e as suas rimas estão divididas em abba abba cdc dcd. Cada verso desse tipo de soneto tem geralmente dez sílabas poéticas. Vamos conferir todas essas características no soneto de Cláudio Manoel da Costa. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Lei/a a /pos/te/ri/da/de, ó/ pá/trio/ Ri/o, AEm meus versos teu nome celebrado; BPor que vejas uma hora despertado BO sono vil do esquecimento frio: ANão vês nas tuas margens o sombrio, AFresco assento de um álamo copado; BNão vês ninfa cantar, pastar o gado BNa tarde clara do calmoso estio. ATurvo banhando as pálidas areias CNas porções