sombras de reis barbudos
4º bimestre
Análise de Narrativa
“Sombras de Reis
Barbudos”
de José J. Veiga
Prof. Iuri
Novembro/2006
Clara Lemme Ribeiro, nº04.
1º colegial A
Durante o último bimestre do Curso de Literatura, estudamos narrativas e seus aspectos técnicos, assim como maneiras de analisá-los para entender um tema sobre o qual o livro proponha uma discussão. Como produto final, temos a leitura de um romance, escolhido pelo aluno entre oito títulos disponíveis, e a análise da narrativa escolhida, baseada no tema sobre o qual ela discorre e nos seus aspectos técnicos como espaço e tempo narrativos, personagens, narrador, modalidades do discurso etc.
Ao ler “Sombras de Reis Barbudos”, é perceptível a crítica que faz à ditadura militar brasileira, ocorrida entre os anos de 1964 e 1985, usando de metáforas para representar momentos deste período. A princípio, é difícil pensar o que pode ser dito de novo sobre a ditadura que sofremos, pois praticamente tudo que poderia ser falado já foi dito. É um tema que hoje se tornou quase óbvio. No entanto, a narrativa não serve como um relato histórico mascarado. Ela usa de metáforas para nos propor idéias e discussões sobre processos importantes ocorridos durante a ditadura, sem pontuar acontecimentos muito específicos. O que vemos é uma série de instrumentos de repressão e oposição colocados dentro do romance.
A história começa, numa narração em primeira pessoa, com o menino Lucas falando de um tempo passado onde aconteceram coisas terríveis que ele se propõe a relatar naquele momento. Ele fala referindo-se a um passado recente, tempo dos acontecimentos que conta ali a pedido de sua mãe, a um presente onde já se encontra uma nova situação, um novo contexto, e um “futuro do passado”, quando o narrador divaga sobre o que teria acontecido se as pessoas estivessem cientes daquilo que lhes aguardava no futuro.
A história acontece numa pequena cidade do interior, que muda quando Baltazar, tio