Solow
O Modelo de Solow:
Equilíbrio de Longo Prazo
Robert Solow, um economista do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e prémio Nobel da Economia em 1987, apresentou em 1956 um modelo de crescimento económico de longo prazo que se tornou rapidamente num dos instrumentos teóricos e empíricos mais utilizados em toda a teoria económica desde então.1 A explicação do crescimento contida neste modelo pretendia ser uma resposta à que tinha sido apresentada por Harrod e Domar nas décadas de 30 e 40 (a qual irá ser analisada num dos últimos capítulos), e tem como um dos objectivos fundamentais demonstrar que uma economia de mercado pode crescer no longo prazo de forma permanente, sustentada, e exibindo uma trajectória de equilíbrio relativamente estável mesmo sem a intervenção directa do governo na economia.
Contrariamente a este resultado fundamental do modelo de Solow,
Harrod e Domar tinham desenvolvido um modelo de longo prazo no qual se reproduzia a perspectiva de Keynes sobre os desequilíbrios de curto prazo e a imperiosa necessidade duma intervenção estabilizadora por parte dos poderes públicos em termos de política económica. Para estes últimos autores, a economia comportava—se no longo prazo de uma forma extremamente instável (com desequilíbrios sucessivamente mais pronunciados), requerendo uma intervenção permanente do Governo para evitar que tais desequilíbrios levassem a uma crise económica de proporções incalculáveis.
Esta visão catastrófica do funcionamento dinâmico de uma economia de mercado parece ser facilmente questionável não só do ponto de vista
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Solow, R. M. (1956). ”A Contribution to the Theory of Economic Growth”, Quarterly Journal of Economics, 70, 65—94.
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2. MODELO DE SOLOW: EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO
teórico mas também do ponto de vista empírico,2 e é integralmente rejeitada pelo modelo de Solow.
Este modelo pretende dar resposta às três questões fundamentais de qualquer análise dinâmica e que