Socrates
Contexto histórico:
No século V a.C., Atenas vivia o auge de um regime de governo no qual os homens livres decidiam os interesses comuns a todos os cidadãos. Eles determinavam em discussões públicas como a cidade deveria ser administrada. Era considerado cidadão o homem que possuísse alguma propriedade, que tivesse escravo e que não fosse estrangeiro. Nem todos participavam das discussões, as mulheres por exemplo eram excluídas. Esse regime de governo era democracia ateniense, que embora não garantisse a todas as pessoas os mesmos direitos, representou uma grande mudança no modo de ver o mundo, pois começara a ter como fundamento, o fato de homem ter soberania sobre seu destino. As propostas que os cidadãos atenienses defendiam publicamente, aconteciam na ágora (onde os cidadãos se reuniam para discutir a administração da polis). As discussões públicas sem fundamentos e as contradições e das escolas anti-socráticos, acabaram produzindo um descrédito filosófico. O abuso da dialética e da retórica, unido à corrupção dos costumes, acabaram dando origem ao sofismo. Os sofistas não eram propriamente céticos, eram incapazes de atingir a verdade e de levarem uma afirmação categórica dos fatos. Eles possuíam a arte da oratória, um lábil dialético, dispostos a sustentarem todos os discursos e aproveitarem todas as oportunidades. Eles não criam em nada, e também demostravam que não havia motivos para crer em coisa alguma. Possuíam todos em geral uma má fama. Para Platão, eles possuíam a “arte de traficar com coisas da alma”. Muitos sofistas também foram homens de bem e conselheiros das cidades. Sua má fama vem do fato de cobrarem dinheiro em troca do seu ensino de atacarem os fundamentos das leis e da moral. Possuíam um saber mais vasto que profundo. Se por um lado, sua obra tendeu a desmoralizar a filosofia, por outro, não deixou de contribuir com ela, fazendo uma penetrante crítica do conhecimento,