Sociologia
Essa cidade possui um diferente valor diante dos diversos fragmentos da sociedade, gerando conflitos e interesses, que ficam notórios dentro do próprio espaço urbano.
Essa divisão -que pode ser apenas ideológica ou física- ocorre de várias formas, a primeira delas pode ser justificada pelos valores de uso e valores de troca. Para o detentor de capital -pequena parcela da população que detém grande poder econômico- a cidade tem o valor de troca, ou seja, a cidade é como uma mercadoria a qual ele investe e extrai lucro. Para o proletário -grande parte da população que vive da sua força de trabalho- a cidade possui um valor de uso, ou seja, a cidade tem basicamente o papel de ser utilizada para sua vida cotidiana (transporte, saneamento, saúde, etc.)
Essa distinção de valores, se aplica também de diversas formas dentro da cidade, pois nela é aonde as diferenças se apresentam. A cidade não é apenas um território, ela é um produto constantemente vendido para sua população. Quando um imóvel é comprado, seu preço não se dá apenas pelo seu valor de imóvel em si, e sim pela sua localização, infraestrutura, vizinhança, acesso a serviços básicos, lazer, etc. Sendo assim, o imóvel "mais bem localizado" tem um valor agregado muito superior ao mesmo imóvel, situado em uma outra região. Tomando como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, temos bairros como Gávea, Botafogo, Ipanema, Urca, Barra da Tijuca, como regiões hipervalorizadas se comparadas com outros bairros como Santa Cruz, Campo Grande, Realengo, Bangu, Madureira, Irajá, etc. Essa "hipervalorização" é chamada de especulação imobiliária, que se resume em agregar valores (em dinheiro) muito altos a determinados espaços em detrimento de outros.
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