Sociologia
Voltou a Heidegger de uma maneira curiosa. Aprisionado pelos alemães no campo de Trier, quando a França rendeu-se em 1940, um oficial perguntou-lhe o que ele desejava. Sartre respondeu-lhe “Heidegger”. Então seus captores deram-lhe toda a obra do filósofo que ele então se dispôs a enfrentar.
O principal motivo da ampla difusão do existencialismo, tirando-se o clima propício dos anos do após-guerra, foi o fato de Sartre saber propagá-lo de maneira clara, quase cartesiana [ exceção feita ao famoso ensaio filosófico dele L´Être et le Nean, o “Ser e o Nada”, de 1943, redigido ainda sob influência do espirito alemão, isto é, ilegível], como se deu com sua famosa conferência L´existencialisme est un humanisme (“O existencialismo é um humanismo”, de 1945), que tornou-se uma espécie de catecismo da sua filosofia.
Somou-se a isso o fato extraordinário dele dominar com arte outros gêneros, tais como o teatro, a novela, o conto e o ensaio literário ou político, quase sempre em tom polêmico, “de combate”. Os perfis biográficos que traçou de personalidades artísticas (Tintoretto) e de outros filósofos e escritores (Nietzsche, Baudelaire, Mallarmé, Genet, Flaubert e Leconte de Lisle) eram soberbos, alguns deles tornaram-se clássicos da crítica literária e cultural. Assim ele conseguiu atingir o que tinha como ambição ao começar escrever: ser Spinoza e