Sociologia
O homem nunca parou de se interrogar sobre si mesmo. Em todas as sociedades existiram homens que observaram homens. Mas é apenas no final do século XVIII que começa a se constituir um saber científico (ou pretensamente científico.) que toma o homem como objeto do conhecimento, e não mais a natureza; apenas nessa época é que o espírito cientifico pensa, pela primeira vez, em aplicar ao próprio homem os métodos até então utilizados na área física ou da biologia.
E isto foi feito na fase posterior a descoberta de civilizações até então desconhecidas: as sociedades americanas e africanas.
A antropologia atribui-se, portanto, um objeto de estudo: o estudo de populações que não pertencem à civilização ocidental. Neste período, o método e ferramentas utilizadas no estudo destas populações era ainda muito precários.
Porém, no inicio do século XX, a antropologia percebe que o objeto empírico que tinha escolhido ( as sociedades “primitivas”) está desaparecendo; pois o próprio universo dos “selvagens” não é poupado pela evolução social. O que fazer? Decretar a morte da antropologia?
Em resposta a estas proposições, acontece uma verdadeira revolução epistemológica.
O ESTUDO DO HOMEM INTEIRO
De fato a antropologia, enquanto ciência, promoveu uma verdadeira revolução “no olhar”, agora não mais o homem primitivo interessava como objeto de estudo, mas todo e qualquer homem. O homem por inteiro. O projeto antropológico consiste, portanto, no reconhecimento, conhecimento, juntamente com a compreensão de uma humanidade plural.
E isto implica um descentramento radical, uma ruptura com a idéia etnocêntrica de que existe um “centro do mundo”, e, correlativamente, uma ampliação do saber e uma mutação de si mesmo.
Neste sentido, um dos conceitos fundamentais que se inaugura é o de “estranhamento”. Apenas a distância em relação a nossa sociedade ( mas uma distância que faz com que nos tornemos