Sociologia
No aspecto jurídico, o dicionário Houaiss define o termo Violência como “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como “a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”.
Para Roque (2002 p.335), a partir do século XVIII, a opinião pública se assombrava com o número de bebês abandonados que eram deixados pelas mães à noite, nas ruas e que muitas vezes eram devorados pelos animais que viviam nas proximidades ou se sucumbiam pelas oscilações do clima e pereciam pela fome. Em outros casos, eram abandonados nas naves das igrejas ou às portas dos conventos, na esperança de que algum padre ou freira bondosa os alimentassem e lhes dessem abrigo.
Para diminuir esse sofrimento foram criadas as “Rodas dos Expostos”, nas Santas Casas de Misericórdia, seguindo a tradição portuguesa. A deposição das crianças nessas Rodas garantia o anonimato de seus genitores. (Roque, 2002, p.336).
No Brasil Roque (2002 p.335) refere que essas Rodas surgiram em Salvador e no Rio de Janeiro também no século XVIII e a criança que passava pelo mecanismo da Roda, era marginalizada, excluída socialmente e enfrentava dificuldades quase intransponíveis para a formação de sua identidade.
Dessa forma, para Silva (2008 p.5), os abusos praticados contra crianças e adolescentes são uma das principais causas da criminalidade infanto-juvenil, e da violência doméstica. Estudos demonstram que a maioria dos adultos violentos foi vítima de graves abusos quando crianças. Existe uma relação de causa e efeito entre o abuso cometido contra um jovem e a sua conduta violenta na fase adulta.
Ainda segundo Silva (2008 p.5) existe um discurso muito conhecido de que a vítima é que provoca a violência. Essa violência acontece de uma forma gradual: palavrões, empurrões, humilhação, queimaduras, feridas, ameaças, uso de arma e conseqüentemente, a morte da