A crônica baseia-se na dificuldade que um personagem encontra na busca contínua por uma vaga de emprego, o qual não compreende o fato de estar sem trabalho e não consegue definir com clareza as características exigidas do candidato em cada empresa. Isto se de deve a um padrão de trabalhador geral criado aos poucos e que estamos acostumados a segui-lo. No início do século passado o trabalhador tinha pleno conhecimento e era responsável por todas as etapas do processo de produção. Com o avanço e a inserção de novas tecnologias durante este período, novos métodos teóricos e práticos foram criados, visando sobretudo, um aumento na produção e consequentemente nos lucros. A fabricação de determinado produto passou a ser realizada em etapas, onde em cada uma delas um funcionário desempenhava uma função diferente. Os trabalhadores tiveram suas competências reduzidas, já que se tornaram responsáveis por apenas uma parte da produção. Além disso, muitas vezes desempenhavam papéis secundários pois as máquinas exerciam a parte principal da produção, resultando ao trabalhador apenas a missão de manuseá-la. Com isso, as incumbências dos empregados foram ficando cada vez mais focadas e direcionadas a apenas uma fatia de todo o sistema produtivo, tornando o trabalhador, gradativamente mais alienado às outras atividades que não eram mais de sua competência. Atualmente, com a globalização já fazendo parte de nosso cotidiano, existe uma interminável demanda na procura por emprego, restando às empresas exigir características que sejam um diferencial entre os outros postulantes às vagas de interesse. É necessário que o trabalhador tenha um controle e uma autonomia maior sobre a produção, remetendo ao antigo padrão de trabalhador comentado anteriormente, porém com a tecnologia dominando a produção no chão de fábrica, este enfoque passou a ser mais exigente para o lado pessoal e administrativo. Tal como descrito na crônica, o candidato deve possuir habilidades polivalentes,