Sociologia
Georg Simmel, sociólogo e filósofo alemão, inicia sua obra “El conflito: sociologia del antagonismo” afirmando que o conflito possui relevância sociológica, uma vez que gera ou modifica grupos de interesses, unidades e organizações, e concluindo que, se toda interação entre os homens é socialização, então o conflito é uma forma de socialização e das mais intensas.
De acordo com o autor, as causas do Conflito representam um esforço do organismo para se livrar de seus desajustes e dores, e o conflito em si já é uma forma de resolução da tensão entre os contrários, partindo do pressuposto de que o conflito reproduz-se por ações interativas e de relações sociais, portanto, em todas aquelas produzidas no interior da sociedade.
Para Simmel, se considerado enquanto uma forma social, o conflito possibilita momentos de construções e destruições, quer sob as instituições, estruturas, arranjos, processos, relações e interações sociais. Dessa forma, os conflitos sociais são socialmente importantes porque são formas prevalecentes nas interações de convivência social.
De acordo com o autor, uma das virtudes do conflito é o seu atributo positivo, assim considerado pelo fato de ser criado um patamar, um tablado social, a semelhança de um palco teatral, espaço onde as partes podem se encontrar em um mesmo plano situacional, impondo-se um certo nivelamento. Assim, o conflito possui a capacidade de constituir-se num espaço social, em que o próprio confronto é um ato de reconhecimento e também produtor de um metamorfismo entre as interações e as relações daí resultantes.
Além disso, para Simmel, o conflito é a substância existente nas mais diversas relações entre os indivíduos na sociedade, sendo esta mais uma característica positiva do conflito, sendo este, portanto, capaz de superar os hiatos e os limites socialmente estabelecidos, ou mesmo as desigualdades sociais produzidas e estruturadas pelos resultados dos entrelaçamentos