Sociologia

Escolas cheias, cadeias vazias
No artigo selecionado, Maria Helena Souza Patto ,professora Titular, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP),traz à tona um panorama das atuais circunstancias e caminhos pelos quais a educação brasileira tem sido conduzida ,de forma equivocada e superficial, por caminhos distorcidos e prejudiciais ao desenvolvimento do país. Importante ressaltar ainda, a perfeita analogia entre o passado e presente do histórico da educação nacional ,onde , atualmente, as escolas não tem servido como um caminho para a elucidação infantil (época essa de suma importância na formação do caráter e intelecto individual),mas , como um escapismo para supostamente proteger a juventude do perigo das ruas, da criminalidade e da violência, mas que, em contraparte, tem se tornado a fábrica de uma juventude desinteressada, com métodos de ensino rudimentares aliados ao descaso público, com seus profissionais cada vez mais rasos e ineficazes. Através de uma solida base histórica, somos levados a uma retrospectiva do início do ensino público brasileiro, ensino esse que visava capacitar o cidadão para trabalhos manuais, tais como agricultores, marceneiros, artífices de todas as espécies, empregadas e copeiras, tendo como meta apenas aquecer a economia da época e manter o povo em seu devido lugar, quando não, sendo um simples objeto de demonstração de poder na mão da nobreza ,dona das instituições de “ensino” da época, as quais mantinham os filhos dos empregados e ex-escravos em institutos de desabrigados e toda sorte de casas de caridade que visavam acolher e manter os jovens longe de problemas evitando assim possíveis perigos para as classes mais altas ,que por sua vez, mantinham seus filhos em colégios exemplares, proporcionando-lhes uma educação de ponta pra que viessem a ingressar nas poucas faculdades existentes na época . É importante salientar, em suma, que tais comportamentos na época, embora fossem cômodos, ecoariam até os dias atuais,