sociologia
Título original: Les Régles de La Méthode Sociologique. Lisboa, Editora Presença, 2007.
José Roberto Alves Loiola1
Ao se ocuparem com a natureza da sociologia os comentários na primeira edição deste livro, chamam a atenção para a necessidade do rigor científico na análise dos fatos sociais ainda que contrarie o senso comum. Ao contrastar a discussão sociológica com o ‘achismo’ pede-se ao leitor que esteja atento a essa marcante diferença. Aprofundando essa explicação, os editores utilizam um fato social como o ‘crime’, que pelo simples fato de se tornar objeto de estudo sociológico não deve significar que o sociólogo esteja normalizando tal fenômeno social. Os comentários prosseguem afirmando que o ‘crime’ deve ser encarado como um “fato social”, uma coisa a ser analisada e que por sua vez, intrinsecamente pressupõem uma institucionalização da repressão, indicando consequentemente, não haver homogeneidade moral na sociedade. Ainda que o senso comum pressuponha a extinção do ‘crime’ como condição para uma sociedade ideal, tal fato social, o crime, é parte intrínseca do organismo social. Essa é uma típica constatação sociológica ou científica.
Tal perspectiva da realidade social, portanto, não deve ser confundida com o positivismo ‘comtiano’ que enfatiza certa idealização metafísica que vá para além dos fatos e da razão.
Os comentários sobre a segunda edição priorizam rebater às críticas sobre a perspectiva metodológica, endereçadas à primeira edição, especialmente no que tange aos conceitos de ‘consciência individual e social’. A compreensão desses conceitos não devem ser tomados como um ontologismo ou um realismo. Os conceitos de consciência individual e social devem ser entendidos como um conjunto de sistemas mais ou menos representativos, já que a vida social é feita de representações. Com efeito, a sociologia não anula o papel da mente como foi entendido