Sociologia
Ouvida pelo "Jornal de Notícias" a propósito do tema de Maio do Ano Europeu contra a Pobreza e a Exclusão - "Emprego/Desemprego: Direito a um Trabalho Digno" -, Sandra Araújo adverte que a eventual redução nos montantes de subsídio de desemprego "vai piorar a situação".
Ter-se emprego não é suficiente para não se ser pobre devido a baixos salário e à precariedade (Cláudia Albergaria, socióloga )
Não existe emprego para toda gente diz um social económico devido a baixo nível de qualificação da população.
O estudo nacional feito em 2008 pelo sociólogo Alfredo Bruto da Costa indica que 35% dos pobres são pessoas que trabalham
"O problema de quem trabalha mas é pobre, tem emprego mas não passa a barreira do limiar de pobreza, é que ocupa empregos pouco qualificados, mal pagos e precários", explica a coordenadora técnica da REAPN. Trata-se "de uma característica de Portugal, face à política de baixos salários, porque noutros países as mesmas funções desqualificadas têm salários suficientes para que as pessoas vivam acima do limiar de pobreza".
É necessário reorientar as políticas públicas, da educação à saúde, passando pela habitação e pelo emprego, bem como um crescimento sustentável da sociedade e não gerador de desigualdades salariais e na distribuição do rendimento.
Nesta relação entre o desemprego, a pobreza e a exclusão social existem duas consequências nocivas ao nível da formulação de políticas. A primeira, já referida, consiste no erro de pensar que ajudas materiais deixam de fora situações de exclusão social. A segunda, é que a resposta para o combate à pobreza está ligada ao desenvolvimento económico e ao crescimento da produção. Ora, tirando elações do que foi dito anteriormente, podemos afirmar que o que está em causa é o crescimento de um modelo dominante que gera exclusão social,