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Menos guerras, novos conflitos: desafios para organizações humanitárias
Conflitos armados se tornaram menos frequentes nos últimos anos. Mas a redução no número de guerras não tornou o mundo seguro por Fórum de Segurança Pública — publicado 21/05/2013 16:23 Ana Carolina Pekny
Ao contrário do que se imagina, conflitos armados se tornaram menos frequentes nos últimos anos. No entanto, a redução no número de guerras não tornou o mundo seguro. Segundo a Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento, mais de 500 mil pessoas perdem suas vidas todos os anos vítimas da violência armada, e pouco mais de 1% dessas mortes ocorrem em zonas de guerra.
O conceito de conflito armado é controverso. Existem diferentes definições baseadas em critérios, como o número de mortes e o grau de organização dos grupos envolvidos. De fato, faz pouco sentido dizer que o México não se encontra em meio a um conflito armado quando se sabe que mais de 50 mil pessoas foram assassinadas entre 2006 e 2011 naquele país. Essa realidade impõe desafios não apenas aos governos nacionais, que se veem incapazes de responder de maneira eficaz à violência endêmica, mas também a organizações como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e os Médicos Sem Fronteiras, que começam a repensar seus mandatos.
As consequências humanitárias da violência urbana são similares àquelas associadas a guerras. Inúmeras mortes, desaparecimentos, deslocamentos forçados, traumas psicológicos e impactos negativos sobre serviços básicos como saúde e educação são algumas delas. No Rio de Janeiro, confrontos envolvendo facções criminosas e a polícia eram e ainda são seguidos por toques de recolher que causam transtornos às comunidades afetadas. A população deixa de procurar esses serviços quando sair de casa se torna uma tarefa muito arriscada.
O CICV tem como objetivo garantir a assistência a vítimas de guerras e violência armada. Apesar disso, sua