sociologia
O campo de trabalho do engenheiro civil é a obra, é a construção. O campo de trabalho do professor é a sala de aula; o do médico é o consultório, ambulatório, hospital; o do cantor é o palco; o do artista plástico é o atelier; enfim, cada profissional resume o seu tempo de efetivo trabalho às horas em que está desempenhando as funções inerentes à sua formação.
E o Sociólogo? Onde está o seu campo de trabalho?...
Ora, desde que acorda, o Sociólogo entra em contato com o seu campo de trabalho e ao mirar-se no espelho vê um dos seus objetos de pesquisa. O Sociólogo é o pesquisador que, ao mesmo tempo, é o seu próprio objeto de pesquisa: eis o diferencial que faz do Sociólogo o profissional que não distingue o seu efetivo labor dos diversos papéis que o Ser Humano representa no seu dia-a-dia como ator social. Enquanto chefe de família, no seio do seu lar, o(a) Sociólogo(a) exerce as suas funções como um profissional de fato. Durante um rito religioso, o(a) Sociólogo(a) não é um fiel como os demais, pois o seu olhar tem um veio fatídico. Na prática do esporte, o(a) Sociólogo(a) busca em si e no outro o porquê da repetição daquele erro ou acerto. Na empresa para a qual presta consultoria, o(a) Sociólogo(a) não se limita a analisar situações a partir do que lhe foi solicitado, pois, apesar de não ser percebido, o seu olhar é crítico e percorre os ambientes a 360 graus, identificando seres inanimados, mas, principalmente, procurando pessoas, seus gestos, movimentos, suas falas, interrelações, sua cultura.
O profissional das Ciências Sociais (Antropólogo, Cientista Político, Sociólogo) é um produtor incessante de argumentos (dialéticos, compreensivos ou analíticos) resultantes da observação dos efeitos dos conflitos, ações e fatos sociais. Para ilustrar, basta lembrar que, num simples diálogo ocorrido na esquina, no restaurante, no mercado, na igreja, na praia, na escola, em casa ou no trabalho, a(o) Socióloga(o)