SOCIOLOGIA
Há também laboratórios científicos que apresentam estrutura social semelhante a uma estrutura familiar. Assim como nas instituições familiares há o sonho dos filhos (estudantes) se tornarem grandes pivôs e obterem papel de destaque na sociedade do porvir. Sonho este que está incrustado na ideologia do laboratório fraternal e que dá aos iniciantes maior auto-estima, maior vontade de produzir trabalhos relevantes e maior amor pelo trabalho. Há aqui também um autoritarismo do chefe que pode ser enxergado como um “autoritarismo dos pais”, que é leve e estimulante. O pai quer o melhor para o filho, quer vê-lo crescer, quer vê-lo brilhar, ele acredita e gosta quando vê que os filhos estão dando o melhor de si e se superando. Filhos não são máquinas, são pessoas de carne e osso. Neste tipo de instituição as relações pessoais são prezadas em primeiro lugar, antes mesmo dos resultados que possam vir a ser obtidos dos trabalhos. Em casos extremos, isso pode gerar preguiça, falta de estímulo e emperramento das atividades científicas. Aqui a boa relação entre os chefes e os estudantes, em diversos níveis, se dá também fora do ambiente de trabalho. As pessoas assim gostam de estar umas com as outras e -- por mais que existam também diferenças simbólicas, sociais e intelectuais -- todos discutem abertamente suas posições e aceitam a diversidade de opiniões. O respeito é diluído, indireto e não-amedrontado. O orientador não convence seus pupilos através do uso da força, mas através da argumentação. Ele não é nenhum tipo de super-herói ou deus na terra, um supra-sumo máximo de inteligência ou virtude, ele é um humano que erra mas que tem certamente mais experiência e que pode explicar com educação e delicadeza seus pontos de vista, as direções do trabalho e opiniões. Os trabalhos realizados nesses laboratórios entretanto frequentemente não teem mais um fim claro, um objetivo simples e direto a ser alcançado. Eles são mais explorativos, exigem