Sociologia
SELEÇÃO DE TRAINEES
“Empresas como Citibank, BankBoston, Nestlé, Rhodia são empresas com larga experiência na seleção de trainees ou estagiários entre a nata dos estudantes, gente formada em universidades de primeiríssima linha. Antes, era certo que as empresas achariam lá o que queriam. Entretanto, hoje em dia, às vezes, nem as escolas como a USP e FGV as grandes empresas têm garantia de que encontrarão todos os jovens com as qualidades exigidas. Com isso, muitas companhias abriram mão de só ter gente com diploma das melhores escolas brasileiras de Administração, algo impossível no passado. Hoje, estão aceitando recrutar gente formada em faculdades menos reverenciadas. A nova geração tem graves problemas de formação, postura e envolvimento com o trabalho, além da falta do nó cultural, afirma Asnis, diretora adjunta de treinamento, seleção e desenvolvimento do BankBoston. O nível frequentemente está abaixo da crítica. Uma empresa que solicitou para não ser identificada recebeu no mês de setembro de 1998, cerca de 2500 candidatos em seu processo de seleção. Na primeira fase, aplicou testes de inglês e de conhecimentos gerais. Eram 100 questões bem mais fáceis que as do vestibular – a duas semanas da eleição presidencial, por exemplo, perguntava- se quando seria a próxima eleição para presidente. Poucos sabiam. Os presidenciáveis? Mal lembravam o nome de dois. Os alunos deveriam acertar pelo menos 800 das 100 perguntas. Pois 90% não atingiram essa marca. A empresa, então, para não zerar o número de candidatos, baixou a nota de corte para 65. Hoje, cerca de 80% dos rapazes e moças, ou seja, 2000 pessoas continuam tendo as “nota de corte” aí. É ainda um número muito alto, afirma o gerente de departamento. Além disso, muitos reccém- formados garantem que sabem inglês, mas na hora do vamos ver, descobre- se que não sabem. No Citibank esse fenômeno chegou a causar constrangimento, diz Mali Manfrini. O Banco tinha 15 vagas