Sociologia, Rubem Alves
No final do século XVIII, início do século XIX eclodiram as Revoluções Francesa e Industrial, que geraram mudanças na estrutura econômica, política e social do mundo. O surgimento de tais conflitos fez com que estudiosos se dedicassem ao estudo do comportamento humano em relação a esses fenômenos sociais, e então nasceu a Sociologia, ciência humana destinada a compreender e equacionar a problemática social. Essa ciência é composta por dois extremos, o quantitativo e o qualitativo. O primeiro é facilmente perceptível, uma vez que a sociologia depende de dados numéricos, as estatísticas. Já o segundo é mais intenso e abstrato já que compreende o mundo da emoção, sensação e principalmente da observação e subjetividade. Apesar de serem opostos são de extrema importância para a formação dela, já que sem um deles não existiria essa ciência.
Tal como o piano, a Sociologia também possui esse caráter binário. O caráter científico está presente, por exemplo, nos levantamentos estatísticos: assim como na fabricação do piano, é preciso exatidão, sendo esta obtida através de métodos quantitativos. Esses métodos ajudam a separar problemas individuais de sociais. No entanto, para que haja a interpretação dos dados numéricos, é necessário que eles sejam submetidos ao caráter subjetivo da Sociologia. Para tanto, faz-se uso da “imaginação sociológica”, ferramenta utilizada para estabelecer uma relação entre o cenário social como um todo e a vida particular dos indivíduos. Dessa forma, os contextos histórico e cultural são analisados. No texto “O que é científico?”, Rubem Alves faz alusão aos concertos, expondo que um pianista não interpreta mesma música duas vezes. Trata-se de uma experiência qualitativa, pois não há receitas para sua repetição. O mesmo ocorre com o cenário social, uma vez que este é fruto de um processo histórico complexo e único, particular de cada comunidade. Esse contexto não é descrito através de uma fórmula padrão; não pode ser