Sociologia Juridica e judiciaria
Profª Adriane Picchetto Machado
Falar sobre a relação público X privado, é falar, antes de mais nada da nossa relação com os outros e com as cidades.
Pensando a respeito de qualquer cidade brasileira, é possível verificar uma tensão e uma divisão concreta entre dois mundos: O Mundo da Casa (Espaço Privado) e o Mundo da Rua ( Espaço
Público).
Seguindo os caminhos apontados por Roberto DaMatta em suas obras “ O Que Faz o Brasil,
Brasil?” e “A Casa & a Rua” , podemos afirmar que estes espaços são muito mais do que meros espaços geográficos. São sim, espaços carregados de sentido, ou melhor, duas “ categorias sociológicas” que revelam como a nossa sociedade pensa e vive.
O Mundo da Casa (Espaço Privado) e o Mundo da Rua (Espaço Público) são marcados, na nossa sociedade, por uma relação de oposição, de tensão, ao mesmo tempo em que interagem e se complementam. Senão vejamos:
O Mundo da Casa (Espaço Privado) pode ser definido como o local da moradia, da calma e da tranqüilidade. É o refúgio, onde sou membro perpétuo de uma corporação – em casa somos únicos e insubstituíveis. “ Tudo em casa é belo, bom e decente.” ( DaMatta, 2001)
Em contrapartida, o Mundo da Rua é o espaço reservado ao movimento, ao perigo, à tentação, ao logro. Na rua, as pessoas são indiferenciadas e desconhecidas, podemos dizer que os indivíduos não tem nome nem face. Nos referimos à elas em termos genéricos (como “povo” e “massa”). É o lugar da luta (trabalho ou batente), da batalha, onde a “ dureza da vida” pode ser melhor percebida ou sentida. “
É o mundo tenebroso da selva de pedra.” ( DaMatta, 2001)
O Mundo da Rua ou Espaço Público, como o tratamos aqui, é assustador: ninguém quer ser chamado de “moleque de rua”, ou para uma moça ser vista como uma “ mulher da rua” é o mesmo que mulher da vida. Muitas pessoas tem medo de desmaiar, ter um ataque ou, pior do que tudo isso, morrer fora e longe de casa.
Devemos levar