Sociologia 1
O trecho do livro reflete a transição do feudalismo para o capitalismo burguês. O sistema feudal começou a entrar em crise a partir do sec. XII: a estagnação da técnica e da agricultura, a inexistência de comércio, a falta de terras produtivas e o excesso de população dentro dos feudos, combinada com o misticismo cristão dominante, ensejou o surgimento de ideologias que impulsionaram as guerras "santas" contra os muçulmanos, que objetivavam a expansão territorial, comercial, saques e, obviamente, expansão religiosa. Este cenário acabou por fomentar o reaparecimento das rotas comerciais, das feiras de comércio e das cidades. Com o passar dos séculos, a classe dos comerciantes acumulou tal volume de riqueza que fez surgir um "sistema financeiro", passando a financiar a nobreza decadente e a gerar impostos. Alteravam-se as relações econômicas da época, repercutia-se na cultura (transição do teocentrismo para o antropocentrismo), na religião (protestantismo) e mudavam-se os valores (elevação do trabalho). Surgia a burguesia, enquanto classe dominante, enquanto o feudalismo desaparecia. As necessidades econômicas do capitalismo, o protestantismo e a valorização do trabalho redicionaram à ciência rumo à técnica, à matematização e à comprovação experimental, deixando de se limitar à coerência conceitual e contemplação teórica. O desenvolvimento destes novos métodos experimentais e técnicos refletiam nada mais que os interesses da nova classe dominante, que os financiavam. Houve a ruptura dos paradigmas do Teocentrismo, tendo como resultado a Revolução Cientifica. O advento do sistema capitalista trouxe transformações visuais, e, sobretudo, nas relaçoes sociais. A rigidez das classes sociais cedeu espaço à mobilidade, pois as mesmas passaram a ser definidas pelo enriquecimento, não mais pelos laços de nobreza. Surgiu a necessidade da criação de uma nova ciência que estude a sociedade e seus