sociolinguistica
“Além de contribuir para a descrição e explicação de fenômenos linguísticos, a sociolinguística também fornece subsídios para a área do ensino de línguas. Os sociolinguistas postulam que os dialetos das classes desfavorecidas não são inferiores, insuficientes ou corrompidos. Afirmam que esses dialetos são estruturados com base em regras gramaticais, muitas das quais diferentes das regras do dialeto padrão. Dessa forma, a sociolinguística cria nos (futuros) professores uma visão menos preconceituosa e incentiva-os a valorizar todos os dialetos e a mostrar à criança que o dialeto culto é considerado melhor socialmente, mas que estrutural e funcionalmente não é nem melhor nem pior que o dialeto da comunidade do aluno.
A sociolinguística, com suas pesquisas baseadas na produção real dos indivíduos, dá-nos informações detalhadas acerca da variante produzida pelas pessoas mais escolarizadas, sobre as variantes que deixaram de ser estigmatizadas, e das mudanças já implementadas na fala, mas que ainda não são aceitas nas gramáticas normativas. Com isso, a área da educação se enriquece com as informações que podem ser usadas também no ensino da língua culta, que passa a ser baseada em dados reais.
No que se refere ao ensino de línguas estrangeiras, as pesquisas acerca da variação podem contribuir para fornecer material para que as aulas sejam baseadas na forma como realmente os nativos falam, na preparação de material com diversos tipos de registros com as suas variações linguísticas típicas, na escolha do dialeto a ser ensinado, dentre outros elementos.
Os processos teórico-metodológicos da sociolinguística são trabalhados em diversos centros de pesquisa no mundo. No brasil, as pesquisas nessa linha começaram a ser desenvolvidas na década de 1970, através da atuação de alguns grupos de pesquisadores, a saber: o grupo