sociolgia
Há 50 anos do golpe militar de 1964, os meios de comunicação noticiam que, nesses dias, em São Paulo e outras cidades, grupos de direita mobilizam pessoas para uma nova “Marcha da Família com Deus pela liberdade”.Essa iniciativa reedita marchas que aconteceram em 1964 para apoiar o golpe ocorrido no 1º de abril. Nessas marchas, as pessoas expressam o desejo de que os militares intervenham para “salvar” o Brasil da corrupção e de outros problemas que veem na situação atual do país.
Em um regime democrático, é o direito dos cidadãos se expressarem livremente. As marchas ocorridas no dia 22 e outras que se fizeram não encontram apoio na maioria da população. É diferente de 1964 quando essas marchas, com apoio do empresariado, da classe média e mesmo da maioria do clero católico, reuniram mais de um milhão de pessoas. Hoje, poucos brasileiros apoiariam um retrocesso social e político aos tempos da ditadura.
Nesses 50 anos, o Brasil mudou. Atualmente, em todo o país, ao menos em grandes setores da sociedade, existe uma consciência clara: não é pelo autoritarismo e pela imposição que conseguiremos mudar nada para melhor. Todas as renovações devem ser construídas a partir das bases e com a participação cidadã de todos. Na história do mundo, nenhuma ditadura perdurou.
Além de terem sido transitórias, nenhuma deixou saldo positivo. Se temos problemas a resolver, a solução deve vir dos movimentos sociais organizados e das representações do povo consciente. Nesse ano de 2014, os movimentos sociais começam uma campanha para colher o milhão de assinaturas necessárias para que se possa pedir a instauração de uma Assembleia Nacional Constituinte para refazer nossa Constituição e atualizar uma ampla reforma política. Essa reforma será um passo para frente e não para retroceder aos tempos da ditadura.
Naquele tempo, o fantasma do Comunismo era usado pelos agentes do império para assustar e ameaçar as pessoas menos informadas. Mesmo setores da