Socio
O documentário nos fornece algumas informações logo de início sobre as opções técnicas e estéticas adotados pelo diretor. Uma sequência de imagens em preto e branco e os cenários precários mostrados no filme – barracos de madeira, bairros em situação de riscoe sem aparente infraestrutura pública intercalados com uma música forte - nos remetem à sensação de que adentraremos em um cenário de relativa pobreza e precariedade social.
Merleau-Ponty afirma sobre os usos das imagens: “O sentido de uma imagem depende, então, daquelas que a precedem no correr do filme, e a sucessão delas cria uma nova realidade, não equivalente à simples adição dos elementos empregados” (MEARLEAU-PONTY, 1985,
3Graduado em História pela Universidade de Santo Amaro. Atualmente cursa o Bacharelado em Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Possui graduação em História pela Universidade de Santo Amaro.
Vol.2, No2. Agosto de 2013.

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p.111). Desta forma, percebe-se que a escolha e organização das imagens não foram feitas de maneira aleatória, mas permeadas pela intenção de captarmos o cenário de precariedade ali representado: tomadas aéreas, zooms, grandes planos e os sons do ambiente (como trovões, latidos e ventanias)